segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Irritantemente desafiador!

Quando eu era criança, tentaram me explicar o que é o amor. Simplesmente pegaram um copo plástico e encheram de água. Falaram que quando não estamos cheio dele, ficamos sem vida, sem cor, sem gosto... Aquela coisa insossa de água! Daí, a professora pegou um pacotinho de ki-suco de morango e jogou dentro do copo, transformando tudo numa cor muito bonita de se ver.
Aconteceu o que todo mundo já esperava, eu passei por trás da professora, sem ela ver, tomei o suco e disse:
_ “Não sabia que o amor era quente e sem doce!”
Criança tem cada uma...

Hoje eu tenho visões diferentes sobre o assunto. Não que eu não beberia o amor de novo! Muito pelo contrário. Sinceramente, eu tanto beberia quanto ia continuar achando que ele é quente e sem doce! Mas eu não sou insensível. Só penso que o amor não é tudo.
Não acho que Cristo morreu na cruz por amor. Havia todo um propósito por trás daquilo. Propósito do qual nossa vã filosofia nunca saberia explicar, tipo a existência da Angelina Jolie!
Por exemplo, ninguém se casa só porque ama alguém. Imaginem! Íamos ter filas e mais filas no cartório civil. Pobres juízes de paz e escrivãos. Que iam ter que varar a madrugada celebrando casamentos. Não íamos mais ter cultos. Só casamentos na agenda das igrejas!
Generalizando o amor, acho que a pessoa tem que achar a dose certa. Um meio termo. Um misto de confiança com segurança do que sente. Pra ter uma eficiência melhor no amor. Pois não acredito que ele sobreviva sozinho.
Quer um exemplo mais prático?! Meus pais! Eu os amo, mas francamente, não preciso viver o resto da minha vida debaixo do mesmo teto pra provar o meu amor incondicional por eles. Pretendo ter uma família. Filhos! Dos quais, espero que pensem iguais a mim nesse quesito. Ou eu os expulso de casa!

Talvez Deus pense assim. Talvez não. Assim como o amor, Ele é uma incógnita para mim. E adoro!
Acho isso “irritantemente” desafiador.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Desculpas! Enfim, sinceras!

Acordou um pouco mais tarde que de costume! Não se importou, afinal não é todo dia que uma pessoa consegue ficar sozinha quando necessita ficar sozinha, pelo menos por enquanto! Ficou deitada na cama olhando pro teto por alguns minutos, pensando em nada especificamente. Precisava de pensamentos soltos.

Levantou e foi pro banheiro escovar os dentes e tomar um banho. O dia ia ser longo apesar de ter acordado tarde. Almoçou vendo jornal, mas nada parecia fazer com que ela se concentrasse em alguma coisa, seja ela qual for. Pensou que fosse uma coisa pouco provável, só que aconteceu. Nada a interessava!

Saiu de casa, foi na padaria da esquina e comprou um cappuccino. Andou até o final da orla e o copo parecia muito mais interessante que o mar. Resolveu então, sentar num banquinho e ficar olhando o movimento das pessoas na rua e as crianças brincando na areia. Tudo parecia desagradável naquele dia. Até o rosto de pessoas amigas. O que a fez evita-los.

Até que uma senhora sentou no banco ao lado. Ela sentiu que os cabelos grisalhos queriam puxar papo, mas decidiu ignora-los. “Era melhor assim”, pensou! E continuou a bebericar o cappuccino.

E finalmente, o que ela menos queria aconteceu. A senhora não se conteve e quando ela menos esperou estava falando sobre o mau tempo, gripe suína e as pessoas inóspitas da cidade. Mesmo ela notando que a pessoa do banco do lado, não a encarava e continuava com o copo na mão sem querer falar sobre exatamente nada naquele dia.

Obviamente pensou que ela não poderia ser dali. Ignorar era o que todos sabiam fazer de melhor naquela cidade e os cabelos grisalhos parecia ser a única que ainda não tinha se adaptado a isso. Mais tarde ficou sabendo que a senhora morava ali tinha mais ou menos uns 7 anos e odiava. E com toda ignorância disponível do momento, a moça do café foi a única capaz de dar ouvidos a sua conversa fiada!

Voltou pro apartamento, satisfeita com o dia nada pouco proveitoso. E notou até um sorriso de canto de boca refletido no vidro do carro. Quase sem acreditar que aquela ali era eu.

E a senhora, (cujo minha educação falhou na hora) até hoje não sei o nome! Nem agradeci pela insistência que me fez dar um sorriso!

Chegou em casa e foi bom encontrar os amigos. Mais tarde pediu desculpas pra pessoa que merecia recebe-las. E pela primeira vez, naquele final de semana, dormiu em paz!